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Ser normal é coisa que não existe. Todos temos as nossas particularidades e necessidades especiais. Então porquê termos que nos conformar com uma filosofia de vida "one size fits all"?
Aviso à navegação: os tempos mudaram. Nunca o progresso se evidenciou de tantas maneiras no nosso quotidiano, mas apesar disso temos menos tempo, menos dinheiro (será?) e consequentemente, menos paciência. É por isso que a nossa reação para com certos temas mudou. Já não toleramos certas coisas, porque simplesmente estamos mais exigentes. Já não damos atenção a certas coisas, porque já não a merecem. E por coisas quero dizer situações, marcas, pessoas, conceitos, conteúdos e outras coisas mais que até nos querem entrar pelos olhos dentro mas não se esforçam o suficiente. Porque o que o que era suficiente ontem já não o é hoje.
Sim, é preciso esforço. Só para fazer alguém desviar os olhos. E ainda mais para manter alguém atento. E ainda mais para despertar curiosidade e vontade de saber mais. Não é suficiente fazer o que é esperado, entregar o que foi pedido quando o foi pedido e cobrar pouco por isso (embora em alguns casos só isto já é um feito em si mesmo!) porque regra geral já há quem o faça. Se queremos sobressair temos que fazer diferente, mostrar excelência em um outro ponto que sejam valorizados. E isto aplica-se em qualquer área da nossa vida.
Por exemplo, no nosso relacionamento com a entidade empregadora. Já lá vai o tempo em que cumprir o horário e a descrição de funções era o suficiente. Agora, quem dá atenção a um colaborador que não se esforce mais, que não tente ir mais além? Outro exemplo: as habilitações académicas. No tempo dos nossos avós ser professor era ser bajulado, no tempo dos nossos pais quem tinha um curso superior tinha tudo, hoje ter um mestrado pós-Bolonha vale... o que vale. E todos os anos saem catadupas de licenciados, mestres e afins. Então como nos diferenciamos perante um possível empregador?
E nos relacionamentos, então, ainda mais podemos ver esta verdade. Será que fazendo o "suficiente" teremos uma amizade sólida e duradoura? um namoro? um casamento? Será que o problema de muitos relacionamentos que terminam hoje em dia não é precisamente o facto de que os seus intervenientes não quererem dar mais do que o suficiente?
Fazer o suficiente é estar na média. O que nos dá um emprego médio, um namoro ou casamento médio, amizades médias, experiências médias. Enfim, uma vida média. Mas quem quer viver uma vida a sério compromete-se a sério, dá mais que o suficiente, faz mais do que o suficiente, faz tudo o que é preciso. Porque para quem quer viver uma vida a sério, o suficiente já deixou de ser suficiente há muito tempo.