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Ser normal é coisa que não existe. Todos temos as nossas particularidades e necessidades especiais. Então porquê termos que nos conformar com uma filosofia de vida "one size fits all"?
Esta semana fiquei sem telemóvel. Deixei-o no assento do táxi que me levou ao comboio, e quando dei pela falta dele tive que decidir se voltava atrás, perdendo aquele comboio e chegando atrasada ao compromisso que me esperava, ou se ia assim mesmo e quando lá chegasse tentaria falar com o motorista.
Escolhi a 2ª... mas nessa altura já o telemóvel estava noutro lugar qualquer. Devo dizer sem qualquer sobranceria que o meu telemóvel é um smartphone e portanto eu utilizo-o para muito mais do que simplesmente falar ao telefone e trocar mensagens.
E assim, ao mesmo tempo tempo que pensava "ok, é só um telefone, antes isto que uma perna partida" comecei a notar alguns sintomas típicos de um vício que não nos quer deixar. Pior, como passei o dia todo fora de Lisboa, não dispunha propriamente de um telefone ali ao lado o que quer dizer que mesmo as funções básicas não foram cumpridas... e notei o quanto ansiosa fui ficando.
Mas nesse dia à noite percebi que não era tanto a falta da tecnologia propriamente que me enervava, e sim a necessidade de mudar rotinas. Por exemplo, antes de dormir vejo sempre os e-mails e passo no facebook para ver as novidades. Nessa noite ou ligava o PC ou nada feito. E como despertar no dia seguinte se o meu fiel despertador (o telefone) não estava lá?
Foi aí que eu percebi. Não era um qualquer vício que me estava a atormentar, era sim um conjunto de rotinas utilizadoras do telefone que não podiam ser executadas da mesma forma... ou não podiam ser executadas de todo. E isso sim, estava a desassossegar-me.
Eu e o meu marido "emprestadémos" alguns equipamentos que tínhamos em casa, e ainda nos sobraram um ou outro, mas logo por azar os que tínhamos em casa não funcionam - vão já diretos para a amb3e. As pessoas que estão a usar esses equipamentos dispuseram-se de imediato a entregar-mos apesar de lhes fazerem falta (são uns amores!), mas felizmente tenho acesso a outros recursos e amanhã um querido amigo vai emprestar-me um equipamento até que venha outro novo.
Mas o que quero aqui frisar é que estas peças de tecnologia, utilizadas num frenesim no que à primeira vista parece um vício, na prática são mesmo ferramentas muitíssimo úteis de produtividade. Sem elas, andamos mais devagar e não fazemos tudo o que precisamos. Sem elas, sem dúvida a nossa vida não seria tão confortável.
Não aguentava mais. Depois de mais de 8 anos sem atividade blogueira, tive que recomeçar. E nada melhor do que recomeçar logo a seguir às férias, para já ter o ritmo incorporado quando começarem os outros ritmos a sério lá de casa.
O que me leva ao tema de hoje: quando implementar as decisões de ano novo.
Todos nós queremos mudar algo nas nossas vidas e normalmente pensa-se nisso no final de um ano, para começar a fazer a 1 de Janeiro (normalmente, a 2 porque dia 1 ninguém tem energia suficiente para fazer o que quer que seja). Nada mais errado. Penso que seja por isso que tantas vezes as decisões de ano novo falham: porque em Janeiro já temos rotinas que duram há pelo menos 3 meses e são mais difíceis de quebrar.
Isto não tem só a ver com o chamado regresso às aulas, mas sim com o facto de o regresso de férias nos levar a uma vida que, quer queiramos ou não, integra uma rotina. Ora, se começamos com a rotina em Setembro ou Outubro faz sentido que as novas atividades sejam integradas nesse calendário nessa altura.
Até porque, convenhamos, as férias são muito mais convidativas para uma reflexão sobre a vida e as mudanças que queremos fazer do que o atarefado Natal ou Ano Novo.
Por isso, para todos os que estão a ir de férias ou a voltar e que trazem ideias novas para fazer, aqui fica o meu conselho: comecem agora.
Eu comecei este blog. Espero que se divirtam com ele tanto quanto eu!