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Ser normal é coisa que não existe. Todos temos as nossas particularidades e necessidades especiais. Então porquê termos que nos conformar com uma filosofia de vida "one size fits all"?
Escrevi no post anterior o quão grata sou pelo privilégio que tenho.
Sim, gosto do meu emprego, da minha família e amigos, da minha igreja, da associação onde faço tudo o que posso para divulgar e dignificar a profissão da gestão de projetos.
E sim, trabalho muitas horas. Mas nunca recebi pagamento por horas extraordinárias. Na verdade, não vejo utilidade nisso a não ser para quem, em vez das horas de descanso, tem de estar de prevenção ou fazer trabalho noturno.
Mas tudo isso não me tapa os olhos nem me afeta o discernimento, por isso sei ver o que vai mal. E quando vejo, tento mudar, influenciar, decidir na minha esfera de responsabilidade. Até não poder mais. Falo com as pessoas, ponho pessoas a falar com outras pessoas, procuro outros recursos para trazer para a causa e tudo o que me é possível fazer. Mas há sempre algo para além do meu controlo e que me desagrada, em especial quando denota incompetência ou falta de caráter. O que fazer? Mudar os outros, mudar-me a mim, mudar de sítio quando tudo o resto não funciona. Mas antes disso, há que saber duas coisas:
Primeiro que tudo, aquele que governa o universo não dorme. Na sua generosidade, não retira o que já deu, mas não dá mais quando há mau uso.
Segundo, gratidão e felicidade não são sentimentos, são decisões. E isso faz toda a diferença. Em vez de olhar para o que não tenho, para o que não gosto, olho para todas as pessoas e coisas maravilhosas que me rodeiam. Tenho que mudar? Às vezes sim, até para poder continuar a ser eu mesma. Mas isso não altera em nada a minha gratidão. Porque quando vejo tudo o que se passa à minha volta continuo a pensar que sou uma privilegiada.