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Ser normal é coisa que não existe. Todos temos as nossas particularidades e necessidades especiais. Então porquê termos que nos conformar com uma filosofia de vida "one size fits all"?
Sou uma pessoa independente e autónoma. Não preciso que ninguém pense por mim, fale por mim, ou até se meta entre mim e as minhas tarefas, aquelas que sei bem que tenho que fazer ou que me imponho para atingir determinado objetivo. Na verdade, até muitas vezes sou aquela pessoa meio incómoda que verbaliza o que todos pensam mas não têm coragem de falar, ou que toma a iniciativa de fazer algo que todos concordam que deve ser feito mas aguardam que seja outra pessoa a fazer. E nem preciso que esteja mais alguém do meu lado, e nem tenho medo de tropeçar ou até cair. Nem penso nisso, é preciso resolver, resolve-se; é preciso melhorar, melhora-se.
Mas tenho momentos, como qualquer outra pessoa, em que me canso de lutar sozinha. Às vezes porque estou mesmo cansada, às vezes porque a intensidade das situações me leva a isso. E nesses momentos é bom olhar para o lado e perceber que de facto não estou sozinha. Muito pelo contrário, tenho alguém que me entende e apoia, ou apoia mesmo sem entender. E nesses momentos, além de me sentir segura também descanso. E isso faz toda a diferença.
Estas últimas semanas têm sido muito intensas, quer psicologica quer emocionalmente. Cada dia tem requerido o melhor de mim e como sempre, não me tenho feito rogada em dar o melhor que tenho. O reverso da medalha é chegar a casa exausta, apenas para descobrir a cada dia que as tarefas básicas como os banhos dos miudos ou o jantar estão tratados ou em andamento. Além de uma preocupação constante com o meu bem estar. É um refrigério. É um refrigério maior do que se possa imaginar, porque só quem já passou por situações idênticas em que não teve este apoio é que sabe dar-lhe o devido valor. Porque há dias em que o que eu mais quero é ouvir o mais velho falar do seu novo jogo favorito ou dar colinho ao mais novo... mas há dias em que preferia que eles nem falassem...
Ontem à noite estava a ler o Blog "Pais de Quatro" (Aconselho vivamente a quem tem filhos) e deparei-me com este artigo. Destaco: "Sinto de tal forma essa comunhão que detesto quando na escola lhes chamam Carolina Tavares ou Tomás Tavares. Não, não, não. É Carolina Mendonça Tavares e Tomás Mendonça Tavares. Sem nós - eu, ela, os dois - eles não existiam. E sem a Teresa nada disto faria sentido." Que clique que o meu cérebro fez! É por isto mesmo que os nosso filhos não se chamam só Moura ou só Rebelo. São Moura Rebelo, assim como eu, porque são o resultado de uma vida partilhada a todos os níveis e que de outra forma não faria sentido.
E é por isso que ao fim de 16 anos de casamento e vários "cliques" deste género estou em crer que a nossa relação cresceu mais um bocadinho em maturidade!