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Como é que tens tempo para isso tudo?

por doinconformismo, em 05.06.18

Esta é uma pergunta que muitas pessoas me fazem. Afinal de contas, trabalho não poucas horas diárias, tenho uma casa para cuidar, um marido e dois filhos e ainda duas gatas, mantenho um blog, já escrevi um livro e estou a planear o segundo, escrevo artigos no linkedin (aqui) e ainda arranjo tempo para ser oradora em vários eventos. E muito voluntariado.

É verdade, até cansa só de ler. Até parece que os meus dias são maiores que os das outras pessoas. Mas não são. A questão está em não olhar para o ecossistema em termos de tempo mas de motivação. E é claro, como toda a gente, tenho dias em que não me apetece fazer nada. Mas quando sei que estou a contribuir para algo maior do que eu, que estou a deixar uma marca numa nova geração, que estou a ajudar a mudar o mundo que conheço, então não tenho como olhar para trás ou ficar preguiçosa. É um bocadinho o que se passa com os filhos: sabemos que, tenhamos vontade ou não, temos que lhes dar banho e fazer jantar para eles. Se encararmos os restantes temas como filhos não biológicos, porque saem de nós e levam muito do que somos, então sabemos que temos que os alimentar e cuidar deles caso contrário não sobrevivem.

Então, como é que consigo? Como já escrevi aqui: com muita disciplina. Acima de tudo, aprendi que não faz sentido dizer "não tenho tempo para isso". O que dizemos com o "não tenho tempo" é, na prática, "não está no topo das minhas prioridades". Quando começamos a pensar assim, rapidamente percebemos em que é que estamos a gastar o nosso tempo.

Exercitar a massa cinzenta

por doinconformismo, em 12.05.16

Quando foi que deixámos de pensar pela nossa cabeça? Quando foi que deixámos de exercitar a massa cinzenta de que formos dotados?

Nunca como hoje tivemos tanta informação disponível. Mais do que disponível, acessível. À distância de um clique.

E nunca como hoje nos acomodámos a ver o que nos põem à frente dos olhos, a acreditar no que nos querem fazer acreditar, ao mesmo tempo que vemos os media a transformarem-se numa máquina maquiavélica de manipulação. E deixamos.

Deixamos pois. Vejamos alguns exemplos:

- vem a moda de que o leite faz mal. Vamos todos deixar de beber leite porque faz mal e vamos antes ingerir sementes de chia. Não estou a dizer que é má ideia, estou a dizer que é uma moda como outra qualquer. É certo que o processo de ultra-pasteurização do leite não o torna saudável, mas isso já é assim há muito tempo não é?

- vem um grupo de gente com processos abertos na justiça juntar-se para à viva força retirar a Dilma do poder. Ok, assumamos que o PT é corrupto. Mas que mais informação há hoje que não houvesse nas eleições? Eleições que o PT ganhou, já agora. E outra questão: o que leva tão boa gente a crer que os que se uniram no impeachment, não conseguindo formular uma acusação concreta, serão menos corruptos? porque o número de processos abertos não é isso que indica

- vejo multiplicarem-se artigos mais ou menos científicos, de gente mais ou menos respeitada, do que deve ser feito para um casamento de sonho, o que nunca deve ser feito na educação dos filhos, como combater a hiperatividade e mais um monte de temas que sendo bons temas, de virtuosa discussão, não são resolvidos com listas de "do's and don'ts". Que essas listas sejam boas para nos fazer pensar, ok. Mas os tomadores de decisões das nossas vidas devemos ser nós próprios.

Sim, a vida não depende exclusivamente de nós. Mas depende em boa parte. E ou nos mostramos capazes de tomar as nossas próprias decisões ou alguém (seja outra pessoa ou o acaso ou o que for) as tomará por nós. E nesse caso corremos o risco de chegar ao fim dos nossos dias concluindo que a vida que vivemos não era realmente a nossa.

Como o tempo passa

por doinconformismo, em 03.05.16

Curioso como o tempo passa.

Começamos a trabalhar e pouco depois começamos a ir a casamentos. Os casamentos dos amigos. Chegamos a ter vários num ano só, o que nos rebenta com o orçamento além da paciência.

Depois os filhos. Tão irritantes os primeiros casais que decidem começar a ter filhos e que por causa disso já não podem andar connosco até altas horas nem a qualquer dia. Até que chega a nossa vez.

Infelizmente há também uma vaga que parece estar muito na moda: as separações, os divórcios. Parece estar tudo muito bem e de repente vemos logo de uma vez dois ou três casais de amigos com problemas, alguns irresolúveis. E o inevitável acontece.

Depois, os filhos adolescentes. Pais e mães à beira de um ataque de nervos, prontinhos para transformar qualquer reunião num grupo de apoio ou terapia de grupo.

Até que os nossos pais começam a ficar doentes, debilitados, e aí a nossa atenção dilui-se. Vemos os pais ou as mães dos amigos a partir e rogamos pelo que temos de mais sagrado que os nossos sejam poupados a essa lei malvada que nos tira o pé de apoio quando menos esperamos.

Outros ciclos vêm depois. Os filhos que emigram, que casam, que saem de nossa casa. E que antes disso já quase não víamos porque estudam e trabalham e namoram e têm hobbies e amigos. Os netos que surgem, tarde, e que esperamos ter a sorte de viver o suficiente para os ver crescer. Os próprios amigos que vemos desaparecer e que levam também pedaços do nosso coração.

E quando vemos o dia em que nós próprios temos que partir é que percebemos que não amámos o bastante, não rimos o bastante, não abraçámos o bastante, não perdoámos o bastante. E tanto fica por fazer, por dizer...

Façamos, enquanto é tempo, tudo o que podemos pelos que amamos, de longe ou de perto.

Perdoemos. 

Não percamos uma só oportunidade de dizer aos nossos queridos o quanto os amamos, o quanto nos orgulhamos deles.

Ou de rir, até de nós próprios.

Façamos o mundo de alguém brilhar a cada dia, pois o nosso maior legado é a diferença que realmente fizemos na vida de uma pessoa.

Quanta luz já espalhaste hoje?


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