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Ser normal é coisa que não existe. Todos temos as nossas particularidades e necessidades especiais. Então porquê termos que nos conformar com uma filosofia de vida "one size fits all"?
Uma das perguntas que costumo fazer aos candidatos a uma posição na minha equipa é "qual o dia mais negro da tua vida?"
É claro que todos temos mais do que um dia negro e nem todos queremos falar abertamente dele. Mas hoje vou falar de um desses dias, que aconteceu na semana passada.
Um dos valores que sigo rigorosamente é o da contribuição para equipa, seja ela que equipa for. Equipa de trabalho, equipa de voluntariado, família, se estamos lá é para darmos tudo. Dentro dos limites do razoável, mas tudo o que podemos dar. Senão, não vale a pena estarmos, até porque provavelmente estamos a servir de tropeço a alguém. Há dias em que levamos o mundo todo à frente e toda a gente ao colo, há dias em que não somos capazes de contribuir com nada. Somos humanos, somos falíveis, erramos, caímos mas levantamo-nos e continuamos. Mas e se um de nós efetivamente não está motivado para contribuir? O que fazemos? Falamos, lideramos pelo exemplo, pomos alguém ao seu lado que possa ombrear e ajudar, tentamos clarificar valores e princípios. Começamos do princípio se for preciso e fazemos tudo de novo. Ouvimos, as razões, as não-razões, as dúvidas. Consideramos as nossas próprias dúvidas. Começamos a pensar que talvez esteja algo de errado connosco, porque a situação só piora.... e voltamos a tentar e a loiça parte-se de vez. Quem foi que a partiu? Fui eu claramente. Eu, cuja experiência e saber não foram suficientes para ajudar o outro a vestir a camisola. Eu, que tive que deixar ir uma pessoa que demonstrou não se encaixar na equipa.
Nesse dia aprendi que por muito que saibamos, por muito que façamos, por muito que mostremos que nos importamos, ainda existirá quem considere tudo isso insuficiente.
E esse foi sem dúvida, um dos dias mais negros que já vivi.
"Nobody cares how much you know until they know how much you care" - Theodore Roosevelt