Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Ser normal é coisa que não existe. Todos temos as nossas particularidades e necessidades especiais. Então porquê termos que nos conformar com uma filosofia de vida "one size fits all"?
No início do ano estreei-me a falar sobre a necessidade de criarmos e mantermos diversidade num contexto específico dentro das tecnologias de informação. Já voltei a falar sobre isso várias vezes e até já escrevi um artigo (aqui). E no entanto, quanto mais falo e penso no assunto, mais percebo que ele tem que ser falado. Até incomodar. É verdade que tenho utilizado o chapéu da diversidade de género porque me aflige a quase inexistência de mulheres no meu ramo de atividade. E as dificuldades que se lhes colocam. Mas não deixo de fora a diversidade étnica nem o tema da idade. E sem dúvida sou muito grata porque na minha equipa há isso tudo. E de facto funcionamos muito bem como equipa.
Mas depois olho para outras áreas fora da tecnologia e percebo que os desafios parecem cada vez maiores: coisas "pequenas" como o novo treinador do Sporting opinar que as mulheres nem sequer devem comentar futebol (qual será a reação da equipa campeã de futebol feminino?) e coisas enormes, grandes demais, coisas que nunca deveriam existir, como a separação das crianças das suas famílias que tem ocorrido nas fronteiras dos Estados Unidos.
Vá lá, até as séries mais renomeadas já descobriram as vantagens da diversidade! Mulheres, grupos étnicos, LGBT+, várias gerações. Está tudo lá. E nós no nosso dia a dia não conseguimos viver com isso? Numa era em que inclusivamente se fala de neurodiversidade, em que profissionais com autismo ou síndrome de Asperger são contratados como data scientists pois já se percebeu o valor que acrescentam, ainda há empresas e países inteiros que não conseguem amadurecer para lá do estereótipo do homem branco. É assustador pensar que em vez de estarmos a progredir, estamos neste caso a regredir mais de 100 anos.
E a Hungria, já se esqueceu de quando famílias inteiras emigraram ilegalmente para fugirem da guerra, ainda nem há 70 anos? como é possível agora aprovar uma lei que criminaliza quem ajudar emigrantes ilegais, nem que seja com comida?
Eu sei que escrevo sobre assuntos incómodos mas podemos pensar ao menos desta vez? Até a McKinsey publicou um estudo no início deste ano em que demonstra que as empresas que se encontram no quartil superior em termos de diversidade étnica e de género tendem a apresentar lucros superiores à média até 32%. Podemos empiricamente dizer que a diversidade multiplica a riqueza de interações, de soluções, de conhecimento. Mas este estudo vem demonstrá-lo preto no branco, perdoem-me a ironia.
Se olharmos para a natureza, vemos também que a diversidade é a chave para a conservação e evolução das espécies. Não é à toa que por exemplo as abelhas cruzam o pólen de várias espécies de flores. E nós não conseguimos sequer conviver com quem é diferente ou tem ideias diferentes das nossas?
Agora, porque será que o presidente Trump voltou atrás nesta decisão? Se tivéssemos ficado todos caladinhos claramente isso não teria acontecido. Se passarmos uma vida inteira sem fazer ouvir a nossa voz não nos podemos queixar por as coisas não acontecerem como queremos. Eu sei que estamos em pleno Mundial, e mais uma vez hoje percebemos porque é que o Cristiano é que é o melhor do mundo, e amanhã até há AG do Sporting e tudo mas o mundo precisa que façamos ouvir a nossa voz. A bem do futuro das próximas gerações.
É verdade, já falo em público há algum tempo. Na verdade, é algo que faz tanto parte de mim que nem me lembro de quando comecei. Mas uma coisa sei: ainda hoje me provoca borboletas no estômago.
Muitos de nós temos de o fazer devido a compromissos profissionais, pessoalmente faço-o também porque acredito que tenho uma mensagem que o mundo precisa de ouuvir. Em ambos os casos, o sentido de missão ultrapassa o conforto do meu "cantinho".
Este fim de semana estreei-me a fazer algo diferente: tradução ao vivo ou consecutiva. Ou seja, estando ao lado do orador, o intérprete traduz por blocos o que ele vai dizendo. Confesso que o meu pobre estômago estava completamente virado ao contrário, à medida que todas as dúvidas me assaltavam: será que vou conseguir? E se não ouvir bem? E se não me lembrar das palavras?
Mais uma vez, pouco depois de ter começado já nem me lembrava do nervosismo e estava, isso sim, a divertir-me imenso, até porque o sentido de humor da oradora era sensacional. Aliás, foi tão bom que espero em breve ter oportunidade de repetir!
Nesta próxima sexta-feira estarei na conferência Agile Portugal, no Porto, a apresentar o tema "Porque precisamos de mulheres nas equipas técnicas". Na verdade, não só de mulheres mas cada vez mais a diversidade de género, raça e idade é essencial. Não é preciso muito para perceber que a cada dia que passa o nervosismo cresce, tal como acontece com a maior parte das pessoas. Questões como: e se não me souber explicar? E se não gostarem de mim? e outras dúvidas ainda mais estranhas são autênticas armadilhas para quem está nesta posição.
Por isso hoje partilho os meus "segredos" para intervenções bem sucedidas:
1. A mensagem - Se vamos falar em público é porque temos uma mensagem para entregar. Então, é nossa responsabilidade que essa mensagem é clara, faz sentido e é entendível pelo público a quem a vamos entregar.
2. A forma de apresentação - Tão importante como o que vamos dizer é a forma como o faremos. Temos uma centena de quadros com números ou vamos contar uma história com a qual o público se pode identificar?
3. A preparação - Já decidimos o que vamos apresentar e como vamos fazê-lo. Agora temos que nos preparar até à exaustão. Costumo pedir ajuda a duas ou três pessoas para serem o meu "público" quando tenho já um nível de confiança mínimo no que vou fazer. É essencial que essas pessoas dêm o seu feedback no sentido de melhoria da apresentação. O espelho é nosso amigo e as notas também, embora saibamos que no dia D não as iremos utilizar.
4. No dia - Temos tudo pronto. O dia chegou e a hora de enfrentar a multidão deixa-nos mais nervosos do que nunca. Duas coisas são fundamentais antes do início da apresentação: uma boa hidratação (ninguém quer falar de garganta seca) e uma boa respiração vão ajudar bastante. Respirar fundo duas ou três vezes antes de começar a falar, como se fôssemos cantar, ajuda a controlar o nervosismo mesmo imediatamente após a libertação de adrenalina.
Agora que estamos à frente das pessoas, sabemos que quanto maior a audiência menor será a probabilidade de todos gostarem de nós ou de concordarem com a nossa mensagem, por isso quanto mais cedo lidarmos com essa realidade, melhor. No entanto, temos uma mensagem em que acreditamos, estamos confiantes porque praticámos e sabemos o que temos que dizer. E lá no fundo estamos gratos por as pessoas darem no seu tempo para nos ouvirem. Portanto tudo o que temos que fazer é apresentar a nossa mensagem, em conjunto com o nosso melhor sorriso!
Este fim de semana juntou mais de 25.000 cristãos evangélicos no Campo Pequeno num evento denominado Festival da Esperança . Foi um tempo com um cariz marcadamente evangelístico, mas que serviu também para demonstrar mais uma vez que o povo de Deus é capaz de colocar as diferenças de lado e proclamar a uma só voz o nome de Deus. Neste caso, que há esperança em Deus.
É provável que quem não acredita em Deus pense que para quem acredita é fácil ter esperança. Afinal, se estas pessoas já são capazes de acreditar em alguém que nunca viram, um dos resultados dessa fé deve ser esperança.
No entanto o que eu tenho observado é que tanto há crentes desesperançados como ateus cheios de esperança e capazes inclusivamente de a transmitir aos outros.
E não poderia concordar mais. Afinal de contas, temos muitas razões para acreditar num futuro melhor apesar do que os media nos querem fazer crer:
1. Nunca vivemos uma época tão segura como agora. No mundo inteiro. Apesar dos relatos diários de guerra, morrem muito menos pessoas agora por esta razão do que em alguma outra época da história da humanidade.
2. Se falarmos de crimes e assassinatos, ainda mais, especialmente em Portugal, que apesar das notícias recentes é um dos países mais seguros do mundo.
3. A esperança média de vida nunca foi tão alta e a mortalidade infantil tão baixa. Apesar das novas doenças que aparecem, as novas curas e descobertas de tratamentos vão avançando rapidamente.
4. A qualidade de vida é altíssima, especialmente nos países ocidentais mas também se encontra em crescimento acelerado em países em desenvolvimento.
5. Os jovens desta geração são os melhor preparados de sempre para o mercado de trabalho e, ao contrário do que acontecia até há bem pouco tempo, neste momento o mercado também procura a experiência dos seniores.
6. Cada vez há mais igualdade de oportunidades, de género, raça e credo. O que só por si traz uma riqueza incontornável na resolução de problemas mas também na própria geração de valor por parte das empresas que acarinham esta diversidade.
Poderia continuar com uma lista infindável mas creio que já perceberam o meu ponto. Para mais informações e estatisticas em Portugal e na Europa, aconselho-vos a consultarem o portal Pordata.
E digam lá, olhando para estes pontos, se vale ou não a pena ter esperança?
Lisboa está cada vez mais bonita, mais intercultural, mais brilhante e bem aproveitada.
Quando não podemos ter férias, ou quando os últimos dias são passados aqui, não há nada como aproveitar os fins de semana para visitar e passear nesta linda cidade. Tamanha diversidade, ecletismo e beleza encantam e deixam uma sensação de felicidade que apenas pode ser superada se Portugal logo ganhar o Europeu!
Já há dois anos tinha falado sobre esta sensação de férias mesmo quando estamos a trabalhar, aqui. Há imensos recursos à volta de Lisboa que podem ser aproveitados. Mas a cidade em si está muito diferente de quando eu escrevi há dois anos atrás, para melhor. E para o provar, hoje fizemos o que há dois anos não seria possível: desfrutar da magnífica vista panorâmica do Amoreiras e molhar os pés no rio Tejo.
Começando pelo Amoreiras: 5€ por adulto e 3€ por criança entre os 6 e os 12 anos. Até aos 5 as crianças não pagam e também há packs família. E depois um elevador muito simpático e o acesso a uma vista magnífica de tirar a respiração. Dali vê-se distintamente toda a Lisboa e mais além. De um lado, vê-se até o túnel do Grilo, Odivelas e toda a zona circundante. De outro, uma vista privilegiada sobre o rio, ambas as pontes e a margem sul. Magnífico. Realmente value for money.
E depois, todo o passeio até à Ribeira das Naus em que cada passo cheira a boa comida, em cada canto há música com uma sonoridade distinta, em cada olhar se descobrem nacionalidades diferentes. Atividades diferentes. Futebol na zona central da praça do comércio, ladeado por inúmeras esplanadas e até uma zona de treinos de skate. Dezenas e dezenas de veraneantes do lado do rio, nas zonas relvadas, muita música e animação. Poder sentar-me ali, de pés descalços, depois de descer os degraus e sentir as ondas do Tejo molharem-me os pés e as pernas, contemplando o rio, o meu rio, na minha cidade, todos os barcos que passavam e as gaivotas e os aviões... que tempo relaxante, que felicidade!
Mais uma vez recordo: não precisamos de muito para ser felizes. Apenas estarmos junto dos que amamos e desfrutarmos do que está à nossa volta!
21 de maio dia da diversidade cultural. Dia da 2ª tertúlia incOmum.
25 de maio dia de África.
África minha, África nossa, tantas vezes abalada
Mulher forte, mesmo quando cai não fica prostrada
Pobreza em cada esquina, em cada rosto um sorriso
Pouco te é necessário num futuro impreciso
África mãe, feita de dores e de lágrimas
A quem os filhos pequenos foram tirados
Violentada, forçada a trabalhos pesados
Subestimas tuas riquezas raríssimas
África de todas as cores, a tua diversidade
Espanta-me a cada dia, causa-me saudade!