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Ser normal é coisa que não existe. Todos temos as nossas particularidades e necessidades especiais. Então porquê termos que nos conformar com uma filosofia de vida "one size fits all"?
Esta é uma pergunta que muitas pessoas me fazem. Afinal de contas, trabalho não poucas horas diárias, tenho uma casa para cuidar, um marido e dois filhos e ainda duas gatas, mantenho um blog, já escrevi um livro e estou a planear o segundo, escrevo artigos no linkedin (aqui) e ainda arranjo tempo para ser oradora em vários eventos. E muito voluntariado.
É verdade, até cansa só de ler. Até parece que os meus dias são maiores que os das outras pessoas. Mas não são. A questão está em não olhar para o ecossistema em termos de tempo mas de motivação. E é claro, como toda a gente, tenho dias em que não me apetece fazer nada. Mas quando sei que estou a contribuir para algo maior do que eu, que estou a deixar uma marca numa nova geração, que estou a ajudar a mudar o mundo que conheço, então não tenho como olhar para trás ou ficar preguiçosa. É um bocadinho o que se passa com os filhos: sabemos que, tenhamos vontade ou não, temos que lhes dar banho e fazer jantar para eles. Se encararmos os restantes temas como filhos não biológicos, porque saem de nós e levam muito do que somos, então sabemos que temos que os alimentar e cuidar deles caso contrário não sobrevivem.
Então, como é que consigo? Como já escrevi aqui: com muita disciplina. Acima de tudo, aprendi que não faz sentido dizer "não tenho tempo para isso". O que dizemos com o "não tenho tempo" é, na prática, "não está no topo das minhas prioridades". Quando começamos a pensar assim, rapidamente percebemos em que é que estamos a gastar o nosso tempo.