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Ser normal é coisa que não existe. Todos temos as nossas particularidades e necessidades especiais. Então porquê termos que nos conformar com uma filosofia de vida "one size fits all"?
Curioso como o tempo passa.
Começamos a trabalhar e pouco depois começamos a ir a casamentos. Os casamentos dos amigos. Chegamos a ter vários num ano só, o que nos rebenta com o orçamento além da paciência.
Depois os filhos. Tão irritantes os primeiros casais que decidem começar a ter filhos e que por causa disso já não podem andar connosco até altas horas nem a qualquer dia. Até que chega a nossa vez.
Infelizmente há também uma vaga que parece estar muito na moda: as separações, os divórcios. Parece estar tudo muito bem e de repente vemos logo de uma vez dois ou três casais de amigos com problemas, alguns irresolúveis. E o inevitável acontece.
Depois, os filhos adolescentes. Pais e mães à beira de um ataque de nervos, prontinhos para transformar qualquer reunião num grupo de apoio ou terapia de grupo.
Até que os nossos pais começam a ficar doentes, debilitados, e aí a nossa atenção dilui-se. Vemos os pais ou as mães dos amigos a partir e rogamos pelo que temos de mais sagrado que os nossos sejam poupados a essa lei malvada que nos tira o pé de apoio quando menos esperamos.
Outros ciclos vêm depois. Os filhos que emigram, que casam, que saem de nossa casa. E que antes disso já quase não víamos porque estudam e trabalham e namoram e têm hobbies e amigos. Os netos que surgem, tarde, e que esperamos ter a sorte de viver o suficiente para os ver crescer. Os próprios amigos que vemos desaparecer e que levam também pedaços do nosso coração.
E quando vemos o dia em que nós próprios temos que partir é que percebemos que não amámos o bastante, não rimos o bastante, não abraçámos o bastante, não perdoámos o bastante. E tanto fica por fazer, por dizer...
Façamos, enquanto é tempo, tudo o que podemos pelos que amamos, de longe ou de perto.
Perdoemos.
Não percamos uma só oportunidade de dizer aos nossos queridos o quanto os amamos, o quanto nos orgulhamos deles.
Ou de rir, até de nós próprios.
Façamos o mundo de alguém brilhar a cada dia, pois o nosso maior legado é a diferença que realmente fizemos na vida de uma pessoa.
Quanta luz já espalhaste hoje?