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Ser normal é coisa que não existe. Todos temos as nossas particularidades e necessidades especiais. Então porquê termos que nos conformar com uma filosofia de vida "one size fits all"?
Dizia eu aqui que não faz sentido dizer "não tenho tempo para isso". O que dizemos com o "não tenho tempo" é, na prática, "não está no topo das minhas prioridades". E é assim que temos que perceber quais são realmente as nossas prioridades.
Comecemos por medir os nossos dias. Não, não estimar. Não é dizer que em média levamos x horas a dormir e tantos minutos a chegar ao trabalho. É mesmo medir e registar, numa folha de papel ou num elaboradíssimo ficheiro de excel. Claramente ao fim de três semanas vamos começar a identificar padrões. Usamos 4 horas diárias a ver tv mas apenas 20 minutos a brincar com os filhos? Não conversamos com o cônjuge mas usamos um bom par de horas a falar ao telefone ou trocar mensagens com os amigos? Voltamos a trabalhar mal acabamos de jantar e às vezes nem jantamos decentemente? Aqui estão as nossas prioridades muitíssimo bem desenhadas. Não adianta dizer que a família é uma prioridade se o trabalho é a nossa companhia nas últimas horas do dia. Não faz sentido dizer que damos prioridade à saúde quando "não temos tempo" para atividades físicas e nem sequer para preparar refeições com alimentos frescos. Assim como não podemos dizer que determinado amigo ou familiar é muito importante para nós se nem um telefonema lhe dirigimos durante meses a fio.
Portanto as nossas verdadeiras prioridades ditam o nosso tempo. É certo que todos temos as mesmas 24 horas no dia mas não as utilizamos da mesma forma. E depois de registarmos a forma como gastamos essas horas, faz sentido perguntarmos porquê. Talvez gastemos 2 horas diárias em deslocação casa-emprego-casa porque privilegiamos o espaço e o sossego vs o rebuliço da cidade e uma casa mais pequena pelo mesmo valor mensal. A verdade é que se não decidirmos como usamos o nosso tempo, alguém vai decidir por nós. Por isso é igualmente tão importante saber recusar - os convites, as prioridades que os outros tentam empurrar para cima de nós, as atividades que não acrescentam valor ao nosso dia a dia.
E tu, sabes onde gastas o teu tempo e porquê?