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Ser normal é coisa que não existe. Todos temos as nossas particularidades e necessidades especiais. Então porquê termos que nos conformar com uma filosofia de vida "one size fits all"?
Já tinha falado acerca da importância de fazermos o que está certo aqui. E como para mim é muito importante walk the talk, ou seja, ser coerente nas ações com o que falo (infelizmente uma qualidade cada vez mais rara), tenho tido nestas últimas semanas um desafio enorme: é que fazer o que sabemos que é correto raramente é extremamente agradável ou galardoador. E é por isso que há esta discussão, porque não raras vezes a ética se esconde debaixo de um manto de comodismo ou de um monte de desculpas como "não fazer ondas" ou "agora não é o momento" ou até "já não tenho idade/paciência/energia/resiliência para isto". E hoje seria tão cómodo para mim ser assim também.
Mas não. Tenho que perseguir até ao fim esta coisa da justiça, tenho que levar às últimas consequências aquela coerência a que me obrigo, e por isso vejo-me diante desse desafio como de uma fogueira. Sei que não vai ser fácil mas não posso recuar. Tenho medo de me queimar? tenho. Até de me chamuscar. Sei que a partir do momento em que entre nessa fogueira nada será como dantes. Mas não há outro caminho. É em frente e mais nada.
E por isso aqui estou eu, contemplando o que me espera, tomando um último fôlego antes de dar mais um passo em frente. Até parece a descrição retirada de um filme em que o herói desenvolve na sua cabeça um plano para salvar uma multidão, ou acabar com o inimigo de vez. Só que isto não é um filme, é a minha vida. No filme tudo acaba bem, na vida real temos que passar pelas situações para ver como acaba.
Vale a pena? Sem dúvida nenhuma. Nem sei viver de outro modo. Como canta o Ron Kenoly em Go Ahead If you're going through hell don't stop.