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O tempo e os dominós

por doinconformismo, em 23.07.14

Há quase um ano que sinto a necessidade de reformular a maneira como uso o meu tempo. Simplesmente sinto que ando sempre a correr, entre o trabalho e a família e todo o voluntariado que faço e ainda os hobbies que tento manter, como este blog. A necessidade de libertar tempo tem vindo a incomodar-me em crescendo até agora, o que me levou a efetuar algumas mudanças. Primeiro as pequenas (deixo de fazer isto para poder fazer aquilo) que foram importantes, mas não fizeram mexer o ponteiro na qualidade do tempo. Mas agora começaram as mudanças grandes, parar com atividades e planear outras necessidades que "gritam" pela minha atenção. 

 

Há quem invista muito do seu tempo na casa que tem. Quem conhece a minha casa sabe que essa é uma área sistematicamente negligenciada. Para quê gastar horas a pôr a casa num brinco quando há coisas tão mas tão mais importantes? Mas qual o limite? Quando todas as paredes choram por uma pintura? Quando já não há espaço para mais nada e a tralha (e Deus sabe a quantidade de tralha que os meus homens trazem para casa todos os dias!) se amontoa por todo o lado? Quando o bebé já tem 2 anos e ainda não tem o seu cantinho?

 

Há quem viva feliz com um emprego das 9 às 18 e saia a correr para fazer outras coisas. Eu trabalho há 23 anos e nunca tive um emprego assim. Não me parece que vá começar agora. Trabalho pelo menos um fim de semana por mês, além das horas tardias a que me habituei a sair. Por outro lado, é o meu emprego que me dá o sustento e muita da satisfação que tenho, por isso não me parece que alguma coisa aqui vá mudar (seja qual for o emprego).

 

Há quem tenha uma estrutura familiar (ou amigos próximos) que lhe permite "despachar" os filhos desde uma noite por semana até semanas inteiras nas férias de verão. Eu não tenho. Lá em casa somos 2 adultos e 2 crianças e além de um apoio ocasional numa doença prolongada, não contamos com mais ninguém senão connosco. É cansativo. Muito mesmo. Mas é o que é, e nesta altura já não nos imaginaríamos a estar sem os nossos meninos sob qualquer circunstância. Nem quando desespero a estudar com o mais velho durante horas a fio.

 

Fica claro portanto que o investimento maior é no emprego e na família. E assim vai continuar. Portanto tudo o resto tem que ser reformulado. Porque, convenhamos, eu sou uma pessoa e portanto é apenas legítimo considerar que também preciso de tempo para mim. Mas, é claro, conhecendo-me como me conheço, já sei que não vou ficar muito tempo sem outros projetos. Até pode ser desta que escreva um livro! Porque afinal de contas eu gosto de fazer coisas, muitas coisas. Aposto que o Chris Guillebeau escreveu este post sobre mim!

 

Desânimo take 3

por doinconformismo, em 15.07.14

Por todo o lado se vê que as pessoas não estão felizes. É o emprego, são os impostos, são as políticas e acima de tudo a falta de oportunidades. Não estão felizes mas continuam a fazer a sua vidinha, continuam a seguir o seu caminho, como se nada fosse. E apenas quando paramos um bocadinho reparamos nas caras franzidas, na ausência de um sorriso que já se tornou um hábito, nos sinais evidentes de que não estão bem. As pessoas não estão bem.

Para esta discussão não importa se as expectativas foram demasiado elevadas e consequentemente goradas, ou se de facto vivemos acima das possibilidades, ou até se tínhamos mesmo que passar por isto porque todos sabem que para todo o yin há um yang. É importante perceber porque e como chegámos até aqui, mas mais importante que isso é perceber como podemos sair daqui.

 

Em primeiro lugar, a forma como nos vemos. Já trabalhei em vários países e com pessoas com diversas nacionalidades, o suficiente para saber que show-off há em todo o lado e que quem faça uma grande figura sem resultados a acompanhar, também. E que as pessoas são capazes de ficar cegas por um bom discurso e resultados zero, ainda mais. Mesmo pessoas inteligentes, que pensávamos nós não se deixariam enganar. Mas já vi que os nossos profissionais "razoáveis" são capazes de dar cartas em eventualmente qualquer lugar do mundo e por isso é urgente que nos tenhamos em melhor consideração.

 

Em segundo lugar, acabar com a filosofia "go with the flow". Tudo bem, não vamos andar a criar novas correntes de pensamento a cada 5 minutos, mas temos que nos habituar a pensar pela nossa própria cabeça. Essa coisa magnífica chamada cérebro, que Hercule Poirot denomina como "tze little grey cellz", não pode ser atulha com reality shows e futebolada, sob pena de ficar dormente e inoperável para sempre. Ao contrário, deve ser utilizado, estimulado com informação pertinente e com exercícios de raciocínio que podem começar por simples tabuada e depois evoluindo, por exemplo, com um plano de como vamos adaptar a vida à nova realidade.

 

E acima de tudo as companhias. Os amigos, os amores. São quem nos ajuda a superar tudo, são quem nos faz ser gratos a cada dia, são quem nos faz ver os raios de sol mais brilhantes e as flores mais bonitas. Porque isso está tudo lá! Não faz sentido que estejamos num país tão solarengo e sejamos tão tristonhos! E muito menos faz sentido que o nosso orgulho não nos deixe procurar apoio nos amigos, aqueles que gostam sinceramente de nós e que estão lá para nós quer chova quer faça sol.

 

Sou grata pelos meus amigos e pelos meus amores, pois sem eles eu não seria capaz de sorrir todos os dias! Os amigos verdadeiros e verdadeiramente disponíveis são o antídoto perfeito contra o desânimo!


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