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um Deus pequenino

por doinconformismo, em 26.12.16

Pequenino. Sempre imaginamos que o Senhor de todo o Universo se mostra em todo o seu esplendor, cheio de truques e de poder e de uma tirania sem fim. Pelo menos é que os filmes de ficção científica nos fazem crer e cada um que estreia nos mostra um senhor ainda mais cruel, ainda mais controlador, ainda mais déspota. E poderoso.

Talvez por isso seja tão difícil acreditar que Deus existe. Nenhuma entidade assim tão poderosa, conhecedora, gloriosa, iria abdicar do seu majestático esplendor e escolher apresentar-se numa forma diminuída, menor, necessitada até. Esta ideia causa estranheza até a quem supostamente está familiarizado com ela. O que se passará na cabeça deste ser? É um autêntico enigma.

Ou talvez não. Se prestarmos um pouco de atenção ao que está escrito na bíblia, bem como aos relatos históricos, vemos que Deus assume formas "menores" e às vezes até estranhas ao longo de toda a história de maneira a poder ser um pouco melhor apreendido pela nossa limitadíssima mente humana. Não seria portanto de estranhar pensar que quando o próprio Deus decide enviar o seu próprio filho à humanidade o faça de uma forma que garanta que o mesmo é recebido: um bebé. Haverá algo debaixo deste céu que inspire mais ternura, mais vontade de dar amor do que um bebé?

Há quem pense que este bebé era especial, mais elevado. Talvez não chorasse durante a noite, talvez não sujasse tantas fraldas. Não sei como foi, mas ainda assim discordo. Julgo que Jesus terá sido um bebé como os outros e certamente um menino vivaço.

O que ainda hoje me confunde é o facto de todo o seu percurso ser humilde. Veio a este mundo para perder. Nasceu rodeado do mau-cheiro dos animais da estrebaria, foi filho de um carpinteiro e exerceu também este ofício, pelo que teria certamente as mãos calejadas e marcadas, mais que uma vez constatou o facto de não ter sequer um local onde repousar a cabeça e finalmente foi rejeitado pelos que antes o procuravam para serem curados, batido, cuspido, humilhado. E morto. Mas desde sempre Ele soube que era esse o plano, que era necessário perder para ganhar. E ganhou. Sem dúvida que ganhou e, melhor ainda, nós ganhámos com Ele, sem termos que fazer nada.

Talvez me confunda porque tantos dizem atuar em Seu nome e esperam nada menos do que moordomias, subserviência, quando nem sequer exibem mãos calejadas do ofício. Mas há quem siga outro caminho, o caminho de se dar por amor a cada dia. Um caminho que não procura títulos nem troféus mas visa uma transformação diária do próprio e do que o rodeia. Vamos seguir este caminho?



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