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Desde que comecei as palestras sobre agilidade e produtividade pessoal e gestão de tempo que esta verdade se tem tornado cada vez mais clara para mim:

Somos um ser inteiro, com os nossos valores, qualidades, talentos e defeitos, seja em que situação for.

Se tudo o que abordo nestas palestras se destina a utilizarmos melhor o nosso tempo e a nossa energia para os aplicarmos naquilo que mais nos dá prazer, esta constatação resume-se a fazermos o necessário para sermos mais felizes. O problema para muitos é saber como começar, onde procurar…

Temos, na minha opinião, que começar por desconstruir mitos antigos. Por exemplo, que quando estamos no trabalho deixamos os restantes temas à porta. Nada mais errado. Quando as restantes áreas da nossa vida não estão bem, tal irá necessariamente refletir-se no trabalho. Assim como quando estamos felizes e motivados, os restantes aspetos da nossa vida irão beneficiar também. Talvez por isso se fale tanto do equilíbrio da vida pessoal com o trabalho. A minha opinião é que tal apenas se coloca a quem não gosta do que faz, casos em que “trabalho” pode ser rapidamente ser substituído pelos termos “frete” ou "chatice". Ex: “amanhã tenho que me levantar cedo para ir para o … frete”. Se amamos o que fazemos o nosso equilíbrio não é entre o trabalho e a vida, é entre a vida e a vida. Mais propriamente entre a vida e o mundo e as solicitações que o mundo nos faz todos os dias.

Portanto, se queremos atingir a felicidade de facto, o único caminho é refletirmos na vida o que temos no coração. Ou como se diz em inglês (fica sempre bem): “living from the heart”. E eis que neste campo somos assoberbados com uma imensidão de testemunhos de pessoas que por muita perícia que tivessem nos seus empregos não eram felizes e deixaram tudo para seguir a profissão de… seja o que for que venha a seguir, desconfio. Se calhar apenas tive a sorte de sempre ser feliz nos vários empregos, com a grande maioria das pessoas com quem já trabalhei, de sempre ter feito amigos nos vários lugares, de ainda hoje guardar gratas recordações e contactos de tempos idos.

Mas este viver com o coração tem mais que se lhe diga. Tem a ver com a necessidade de nos libertarmos de capas e máscaras e sermos nós próprios. Genuínos.

A verdade é que utilizar máscaras ou outros subterfúgios causa stress. Há até quem utilize máscaras diferentes para diferentes ocasiões, o que ainda acrescenta mais stress.

Ao contrário, saber quem somos e o que nos faz felizes e seguirmos esse caminho liberta-nos. Começamos a gastar a energia onde é necessário em vez de estarmos a fazer o que pensamos que é suposto. Começamos a sentir-nos mais leves e a olhar para o nosso contexto com outros olhos. Sorrimos mais.

E, sem darmos por isso, estamos a contagiar mais alguém a libertar-se, a ser fiel ao seu verdadeiro “eu”, a ser feliz. Mudamo-nos a nós e ajudamos os outros a mudar. Não chega já de desperdiçar tempo com alguém que não gostamos de ver no espelho? Com uma vida que não nos satisfaz?

Comecemos hoje mesmo por decidir qual o próximo passo para vivermos a nossa própria vida, para sorrirmos mais, para sermos felizes. Qual o teu próximo passo?

3 passos simples para o sucesso

por doinconformismo, em 30.04.15

Uma das coisas que mais estou a gostar da minha idade é olhar para trás e ver uma vida cheia. Cheia de realizações, cheia de amigos, cheia de coisas boas.

Não consegui esta vida por ser uma pessoa diferente das outras ou com mais sorte que o comum dos mortais. Pelo contrário, descobri cedo que a sorte bafeja quem se esforça e faz das tripas coração para que as coisas aconteçam.

Quem quer ter sucesso na vida? Apenas tem que seguir 3 simples passos para o conseguir:

 

1. Muito trabalho - só se consegue atingir alguma coisa e mantê-la com muito trabalho, por isso não há que ter medo! É arregaçar as mangas e despachar o que há para fazer, uma coisa de cada vez. E quando chegar ao fim, repetir.

 

2. Muito amor - quem fica sempre à espera que os outros tomem a iniciativa de lhe mostrar o quanto é importante rapidamente é posto de lado. Quer amor? ame. Mostre às pessoas de quem gosta o quão importantes são para si. Não perca uma única oportunidade de fazer alguém sentir-se especial. E depois veja se a felicidade não lhe bate à porta dos modos mais variados.

 

3. Concentração no que é importante - quando nascemos não trouxemos dinheiro nem estatuto (a não ser que tenhamos nascido na realeza) e quando morrermos vamos exatamente da mesma forma. O que importa entre estes dois momentos é o impacto que causamos nas vidas dos que nos são próximos, a diferença que fazemos neste mundo, o legado que deixamos. Dinheiro e títulos desvanecem-se perante a morte, a mudança de uma vida dura para sempre.

 

É primavera e o tempo está bom. Que melhor momento que este para praticar cada um destes pontos?

Somos gente comum mas podemos viver vidas incomummente ricas!

Ser PT é ser grande

por doinconformismo, em 11.10.14

A primeira vez que estive na PT foi em 1996. Estive como consultora, para tentar ajudar a resolver um problema de gestão que têm todas as empresas que crescem muito e depressa. Foi a primeira vez que contactei com o setor de telecomunicações, tal como era em 96: telefonia fixa.

Muitas voltas deu a minha vida profissional mas havia de ir lá parar novamente em 2002, agora como apoio para um gabinete de coordenação que iria lançar as bases durante os 2 anos seguintes para uma cultura de grupo e uma colaboração entre as várias empresas sem precedentes e com resultados muito positivos. Depois disso, nunca mais saí. Acabei por ser contratada, passei por 3 empresas diferentes, com funções muito diferentes mas com a gestão de projetos sempre subjacente e o mínimo que posso dizer é que a PT é uma grande empresa.

Tive a sorte de trabalhar nos primórdios do Meo, desde o seu primeiro lançamento até ter assumido também a rede móvel. Muitas horas de trabalho, muito investimento intelectual, físico, emocional, muitas vezes o sacrifício do tempo de família para garantir que algo corria bem. Não me arrependo de nada, aconteça o que acontecer a marca Meo é a maior e a melhor. Não só porque aumentou 330% só em 2013. Não só porque é a marca mais referida nas redes sociais. Mas porque tem sido uma marca que significa qualidade, inovação, irreverência, avanço tecnológico. E eu sou parte disso.

Toda a gente sabe que não existem empresas perfeitas mas existem equipas cativantes e quase perfeitas. E eu estou num local assim, os meus colegas, o meu chefe, o meu diretor estão o mais perto da perfeição que alguém pode estar. Tenho um administrador que admiro, gosto imenso do que faço e estou rodeada de gente que, com os defeitos e dificuldades que todos temos, se esforça a cada dia por tornar a empresa e dos serviços que oferecemos o mais perfeitos possível.

É por isso que apesar dos revezes a que temos assistido nos últimos dias, eu não vou desistir. Enquanto houver gente empenhada nesta empresa, enquanto houver fôlego, é possível. Porque desde o início que é a qualidade e empenho dos nossos profissionais que nos tem permitido chegar a algum lugar. Porque os meus colegas merecem e os clientes também. Não sei onde vamos estar amanhã, para a semana, no fim do ano. Mas sei que não posso controlar nada disso e portanto não vou preocupar-me, mas posso controlar a minha resposta às notícias dos últimos dias e essa resposta é lutar. Estou a lutar, vou lutar e dar tudo para continuar a fazer da PT a grande empresa que é. Quem quiser cruzar os braços e ficar a criticar, por favor vá fazê-lo para longe.

Obrigada

As coisas que se pensam num quarto de hotel

por doinconformismo, em 15.02.14

Estou em trabalho no Rio. Durante a semana não dá para ir à praia nem para ir passear nem sequer para ir às compras porque trabalho é isso mesmo: trabalho. 

Saímos logo de manhãzinha, estamos às 9h no escritório, saímos depois das 20h ou 21h e ainda tentamos falar com a família e ver-lhes a cara, e então, finalmente, vamos comer qualquer coisa. Chegamos ao quarto mais mortos que vivos, perto da meia noite e no dia seguinte tudo se repete. Hoje nem tivemos tempo para almoçar, e uma alma caridosa trouxe-nos 2 pacotes de bolachas, que a dividir por 8 ou 9 foi... pouco.

 

O meu quarto é pequeno. Limpo, simpático, mas pequeno. Claro que para o tempo que eu passo lá é suficiente. E sendo pequeno há pouco para contemplar quando me deito. Além de que os pensamentos vêm em catadupas começando, é claro, pela família. Como será que eles estão? como têm sido estes dias além daquilo que se vê? Mas rapidamente chego a outros pontos, outros lugares: Como será a vida daqueles que passam semanas a sair ao domingo à noite e a regressar à 6ª ou sábado? Como será que se gere uma família a sair aos 3 meses de cada vez? Será que um dia, o lugar para onde vão, aquele quarto de hotel que pode bem ser o mesmo, repetidamente, não acaba por parecer a sua casa? Será que ao fim de tanto tempo não saberão melhor onde estão as manchas e desenhos das paredes do quarto do que os nomes dos amigos dos filhos?

 

Infelizmente esta é a realidade de tanta gente hoje. O que será que cada um guarda no seu coração? Claro que todos somos animais de hábitos, e todos fazemos o que acreditamos que temos que fazer para sobreviver ou para viver melhor. Mas a certa altura as saudades acumuladas decerto dão lugar a outro tipo de sentimentos, quais serão eles? A ilusão de que está tudo bem? A certeza de que não tem outro jeito? A desesperança por dias melhores? 

 

Hoje é dia dos namorados em Portugal, um dia a que não dou uma importância especial. Mas já falhei dias de aniversário por estar fora em trabalho. Foi um dia, e comemorámos depois. Mas quem passa a vida fora, como faz? E quem vai para um local diferente a cada semana? Como é que isto se gere e qual é o limite? A minha realidade é tranquila, muito tranquila, em comparação com o que aqui descrevo. Mas quem não consegue estar em casa mais do que um punhado de dias em cada mês, se tanto, como é que faz? Onde é que isto pára, qual é o limite?

 

Hoje é dia dos namorados em todo o lado menos no Brasil, e eu aqui no meu quarto de hotel a pensar nestas coisas...

 

Mudar os planos

por doinconformismo, em 22.08.13

Mudar planos pode ser bom. É desconfortável, mas bom. Mostra-nos em primeiro lugar que não somos donos do nosso próprio destino, mostra-nos que não controlamos a vida. Essa malandra, que a par do universo teima em se demonstrar além de nós, apesar de nós...

 

A vida prega-nos partidas. Temos tudo planeado, tudo organizadinho e às vezes até pensado até ao mais ínfimo pormenor. E é nessa altura que vem uma coisa qualquer que nos faz mudar os planos todos. E agora?

 

Um exemplo pequenino: no meu trabalho isto passa a vida a acontecer. Hoje de manhãzinha e com o dia planeado e cheio de reuniões, a coisa começou logo a correr mal qual o início da primeira reunião começou a adiantar-se e já a passar para cima da segunda, e assim sucessivamente. E depois já era outra reunião que não se podia realizar por falta de condições e ainda um assunto urgente que surgiu para tratar... Fazer o quê, se as coisas nem dependem só de nós?

 

Tenho para mim que a chave está na nossa reação. A mudança acontece, mesmo quando não queremos, e ou gastamos todas as nossas energias a combatê-la (e até podemos conseguir por algum tempo, mas rapidamente vamos perceber que perdemos) ou podemos abraçá-la e até navegar nela. Eu escolho esta segunda opção. Se tem que acontecer, que seja comigo!

 

Ainda voltando ao exemplo: a primeira chefe que eu tive e que me abriu os olhos para o trabalho e para o mundo, sempre dizia que "o sistema ajuda". E ajuda na maior parte das vezes, apenas temos que aprender a tomar partido dele. No fim do dia, tinha ido a todo o lado onde a minha presença era necessária, tinha tomado todas as deciões que era necessário tomar e tinha respondido a todos os temas que necessitavam de resposta.

 

Se não houvesse mudança, não havia progresso, ainda não tínhamos luz elétrica nem comunicações, porque "as coisas sempre foram assim". É verdade que muitas vezes só mudamos quando dói menos mudar do que ficar tudo como está. Mas desde que há Terra há mudança, não se pode parar. Não estou a dizer que devemos desistir em todos os casos, ninguém quer trocar a sua liberdade por um regime ditatorial, certamente. Mas na maior parte dos casos temos a ajuda do "sistema", ou até, de alguma mão invisível que repõe o equilíbrio no universo.

 

O sistema nem sempre é mau. E a mudança ainda menos. Por muito que seja temida.


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