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O medo

por doinconformismo, em 12.10.13

(Ando a escrever e re-escrever este post há uma semana, tem-me feito refletir e tem-me dado luta!)

 

O medo é, quanto a mim, o maior inimigo da humanidade.

Na infância há o medo de ficar sem os pais, medo do escuro, medo dos monstros que estão no armário. A adolescência traz medos muito mais perigosos: medo de não sermos aceites, medo de sermos gozados, medo de não sermos normais (como se isso existisse!)

Chegamos à idade adulta e muitos mais medos nos assaltam: medo de não termos meios de subsistência, medo de falhar, medo de tanta coisa!

 

O medo tolda o raciocínio, coloca-nos num colete de forças ou numa moldura que não foi feita para as nossas dimensões. Há quem passe a vida inteira sem andar de avião com medo de cair, há quem não faça A com medo de que aconteça B, há quem cumpra estranhos e longos rituais diários com medo de que a vida lhe corra mal se assim não for. Conheço quem, com medo do que possa acontecer no futuro, se desdobre em múltiplas intervenções (em alguns casos demonstrando que estar quieto seria melhor opção), e quem não faça agora para não ser repreendido mais tarde.

 

É verdade que o que vai acontecer no futuro é em boa parte resultado das nossas ações (ou não ações no presente), mas uma coisa é sabermos isso e tentarmos tomar boas decisões, outra completamente diferente é levarmos ao extremo a preocupação e tentativa de controlo de coisas que são maiores que nós e cujo controlo não está e nunca estará nas nossas mãos, mas sim nas mãos invisíveis que mantêm o universo a funcionar.

 

Ontem ao ver o filme "Depois da Terra" vi o Will Smith dizer que o perigo existe e não é ilusório mas o medo só existe quando as pessoas estão demasiado preocupadas com o futuro em vez de viverem o presente. E é mesmo assim. Hoje em dia corremos pelos nossos dias com a cabeça virada para o futuro. Não paramos para saborear as coisas boas da vida, não paramos sequer para usufruir do maravilhoso país que temos, a luz do sol e tantas outras coisas. Porquê? Porque temos que ter, temos que chegar, temos que mostrar para logo a seguir ter mais, chegar mais, mostrar mais.

 

O medo estraga-nos as vidas. Por isso, em vez de tentarmos controlar o que não está na nossa mão, que tal escolhermos hoje não ter medo?



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