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Fazer o que precisa de ser feito

por doinconformismo, em 21.11.13

Todos nós corremos de um lado para o outro. Corremos devido às exigências do trabalho e de um mundo em mudança. Corremos para ir buscar os filhos à escola antes que esta feche. Corremos para fazer as tarefas da casa, da escola, da família e tudo o mais. Mas há quem corra mais ainda. Há quem faça aquela "extra mile" tão preciosa e que traz tanto valor ao mundo.

 

Há quem tenha um brio profissional extra que não lhes permite entregar apenas o que é pedido, mas melhorá-lo. E sim, encontram sempre forma de o fazer. Há quem não se confine a garantir que as crianças fazem os TPC mas que estuda com eles e os ajuda nos seus pontos de melhoria. Há quem vá ainda mais longe e se preocupe com a estabilidade emocional dos seus, muito além do "como correu o teu dia".

E depois há os campeões, aqueles que façam o que fizerem nunca se conformam com a média, mas sempre lutam por um resultado de excelência. Aqueles que empregam horas e horas de esforço em trabalho voluntário, a favor da sua profissão, da sua comunidade, de uma causa ou de um motivo nobre. E ainda os que, já fazendo tudo o que está atrás, ainda arranjam tempo para mimar, para acarinhar, para honrar quem merece ou simplesmente para dar atenção a quem precisa.

 

Sou uma sortuda, pois conheço gente assim. Mais do que conhecer, partilho muitos momentos com gente assim. E no final do dia, não sei onde fomos buscar o tempo ou sequer a energia, mas os osbtáculos foram superados e a satisfação de um trabalho bem feito instala-se. Fazemos mais do que nos é pedido, fazemos o que sabemos que precisa de ser feito. E não estou a falar de um "fazer" ocasional, falo de pessoas que todos os dias deixam o conforto do seu sofá para darem de si aos outros, sejam eles uma pessoa bem conhecida ou uma comunidade em geral.

 

Sou fã incondicional destes heróis e heroínas. Na verdade, acredito que todos deveríamos ser assim, deixarmos de nos escudar no nosso cansaço, nas nossas limitações, naquilo que não temos, para nos focar e entregar o que temos, o que podemos, o que podemos fazer. 

São estas pessoas que fazem o mundo avançar, são estas pessoas que fazem deste pedaço de terra um paraíso. Mais pessoas assim, precisam-se. Das que sabem o que tem que ser feito e o fazem, sem medos, haja muitos ou poucos a acompanhá-los. Das que se sacrificam diariamente sem esperar retorno. Pessoas cuja paga é um sorriso sincero ou a alegria estampada no rosto de alguém.

 

Há quanto tempo não sentimos esta satisfação? E se hoje déssemos menos horas ao sofá e mais aos outros?

Esperar e ter esperança

por doinconformismo, em 06.11.13

Há alturas em que tudo parece depender de nós. Alturas em que temos que ir à luta e furiosamente decidir o tudo por tudo numa determinada situação. São momentos em que não podemos perder as forças, não podemos olhar para trás, simplesmente vamos e fazemos o que temos a fazer. Certamente teremos que tomar decisões difíceis, que nem sempre irão ser compreendidas pelos que nos rodeiam. Certamente teremos que fazer a coisa certa, que é sempre a mais difícil e certamente seremos tentados a ir por outro caminho...

Há momentos em que parece que estamos a lutar sozinhos, há momentos em que aparecem pessoas vindas sabe-se lá de onde para nos apoiar, animar, e até nos ajudar. Momentos em que nos sentimos os seres mais incompreendidos e sós do universo e momentos em que a solidariedade brota de onde menos esperamos.

 

Mas há alturas em que não adianta lutar. Mais, há alturas em que mesmo que quiséssemos fazer alguma coisa, nem saberíamos por onde começar, nem o que fazer. Ou andamos, andamos, e não saímos do mesmo lugar, atolados no lodo que nós próprios criámos. É nessas alturas que só nos resta esperar. E, para a maior parte de nós, é aí que começam os problemas.

E porquê? Falo por mim, que desde me habituei a decidir sozinha, a ir fosse onde fosse sozinha, a não ter que esperar por alguém. Sei o que tem que ser feito, logo vou fazer. Se não sei, penso e decido e logo mais o faço. Mas, e quando o que tem que acontecer não depende de mim, não depende nem um milímetro das minhas ações? E se eu não consigo sequer influenciar o que se passa no resto do universo? Tenho mesmo que esperar, não é?

 

Esperar não é ficar no mesmo lugar, esperar não é baixar os braços, esperar não é desistir. Não é sequer ir atrás da primeira promessa. É continuar, empurrar, fazer o que está ao nosso alcance enquanto não podemos fazer mais. É aproveitarmos o caminho enquanto não chegamos ao destino. 

Diz o ditado que "quem espera desespera" mas quem for capaz de se manter firme tem coisas boas à chegada ("all good things for those who wait"). Então, vamos esperar, esperar que a mão invisível que comanda o universo abra os caminhos certos para que o que esperamos aconteça. E quanto tempo temos que esperar? 10 minutos ou 10 anos? Não sabemos, mas é sempre o suficiente para desanimarmos pelo caminho e pensarmos voltar para trás.

Começamos a duvidar se a mão invisível não se terá esquecido de nós, voltamos a lembrar-nos dos tempos em que cuidávamos de nós próprios, voltamos (ou pelo menos tentamos voltar) ao mesmo caminho e, eis-nos cobertos de lodo novamente. E lá começamos o processo outra vez. Ou não. Muitas pessoas ficam aqui, desesperançadas, abatidas, apáticas até. Por isso é tão importante manter a esperança, para que possamos continuar a caminhar, continuar a empurrar. Manter a esperança para manter o foco. Manter a esperança para não desfalecer no caminho.

 

E se a nossa porta estiver já ao virar da esquina?


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